terça-feira, fevereiro 27
domingo, fevereiro 25
Os óculos escuros de Godard
Agnes Varda oferece-nos em Cleo de 5 a 7 um pequeno interlúdio composto por um "filme dentro do filme". Nele vemos Jean-Luc Godard e Anna Karina (bem como Jean-Claude Brialy), que terão a oportunidade de fazer uma pequena piada sobre uma das imagens de marca de JLG: os seus óculos escuros.
Piada à parte, do mesmo modo que no filme - que é uma óbvia homenagem ao cinema mudo e ao burlesco - vemos JLG lançar um pequeno impropério aos seus óculos, somos tentados a alargar o alcance da imprecação. Abandonemos as lentes, id est, os preconceitos que temos para com a realidade que vemos (e não penso, apenas, nos filmes) e, finalmente, poderemos ter uma opinião (tendencialmente) imparcial sobre algo. Tudo se resume, pois, a minimizar ao máximo a pré-compreensão ("Vorverständnis", expressão cunhada por Hans-Georg Gadamer) do intérprete sobre um determinado objecto. Tudo se resumo, pois, a tentar remover cirurgicamente um qualquer juízo prévio que tenhamos sobre algo. Tarefa difícil é certo, mas certamente com resultados proveitosos.
sábado, fevereiro 24
F for Fake, a verdade da mentira
sexta-feira, fevereiro 23
Europa 51
quarta-feira, fevereiro 21
Horizonte intangível
domingo, fevereiro 18
sexta-feira, fevereiro 16
Pergunta recorrente...
...não só dos últimos dias, mas como de sempre. Em 2004, Philippe Garrel abriu o livro de memórias e, fazendo-o, soube dar o retrato de um presente desencantado. Apenas mitigado por sonhos opiáceos e uma crença ingénua num qualquer devir que, certamente, se augurava mais radioso. Apenas sobrava espaço para a fuga em frente, para as manifestações incontidas de falsa alegria, pungentemente agridoce e desesperada. Algo que só está alcance de alguns eleitos. Mais do que filme de memórias de um evento marcante da história recente, "Les amants réguliers" é, também, um retrato de uma faceta humana. A procura da alegria, a projecção no outro, o desencanto com o Mundo. Tragicamente, no fim, apenas sobram ambições frustradas. Eis uma certeza inabalável.
quinta-feira, fevereiro 15
O poema das noites brancas
terça-feira, fevereiro 13
O senso comum de pudor e a marginalidade
segunda-feira, fevereiro 12
Contemplação
sábado, fevereiro 10
Chabrol, o cineasta mordaz
quarta-feira, fevereiro 7
Mein Führer, i can walk!
Cena final de Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, um exemplo do brilhantismo de Peter Sellers enquanto actor, mas também uma sátira brilhante à Guerra Fria. Aliás, é curioso ver a actualidade de algumas das deixas quando pensamos seriamente sobre este mundo insano que nos rodeia.