A queda
Tudo devia ser como o travelling inicial de La notte: uma queda abrupta, um voo picado que nos faz desembocar no sentimento mais íntimo, mais recalcado. Enquanto, simultaneamente, vemos o mundo reflectido no brilho dos nossos olhos, dissociando-nos da mansa acalmia com que gentil e estupidamente aceitamos as regras impingidas por terceiros. Caímos, estatelamo-nos e damos por nós a vaguear num deserto de sombras e corpos disformes e inertes, procurando algo que não sabemos muito bem o que é. A felicidade, talvez. Escondida na próxima esquina, no recanto de um edifício imponente ou de um casebre decrépito. Algures. Alhures. E continuamos a marcha, ainda combalidos pela queda que a consciência ditou.
A Wasted Blues, indirectamente, lembrou-me isso mesmo. Grato. Já iam uns tempos (quase dois anos) sem ver o filme. A edição é óptima.
4 Comments:
:)
Olá.
Gostava de ter a tua opinião sobre o meu mais recente post acerca das primeiras obras no cinema.
Saudações.
Este comentário foi removido pelo autor.
Tenho-o aqui à espera de ser visto. Talvez seja o próximo :) espreita o meu link.
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