Violência destilada
Obras como Tokpapi ou Du Rififi chez les hommes - que marcaria o início oficial do noir francês -consagraram Dassin como um mestre do noir, mas toda a sua mestria já estava latente em Brute Force e, sobretudo, The naked city.
No caso de Brute Force temos o acumular da violência, que transborda em dois momentos-chave: (i) o homicídio de um informador numa prensa tipográfica e (ii) o motim final onde presos e guardas se degladiam. Mas, em qualquer caso, impera o jogo de luzes e sombras: não vemos homens. Apenas espectros que se movimentam por entre a escuridão dos corredores da prisão.
Brute Violence é sinónimo de violento, cru e directo. Mas também amoral, já que nem o sádico guarda prisional ou o abnegado presidiário parecem mover-se por objectivos nobres: apenas se guiam pela satisfação pessoal, facto que nos é lembrado ao cair do pano, quando assistimos a uma frase lapidar: todos estamos em prisões. Dir-se-ia, pois, que tudo se resume a fugir aos constrangimentos que nos limitam (não apenas, obviamente, no plano físico).
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