Andam faunos pelos bosques ?
Poder-se-ia pensar que sim. Todavia, após ver El laberinto del Fauno fica-se com uma sensação de absoluta decepção. Com efeito, o argumento, passe a expressão, ligado ao Mundo real, aquele que vive na ressaca da Guerra Civil de Espanha peca por ser absolutamente esquemático e previsível. Passados 10-15 minutos já se tem a perfeita noção de quem é quem e do que vai acontecer. Coisa que num filme que quer viver de ambientes é sinónimo de fracasso.
O filme em si não passa de puro entretenimento. Fica, quando muito, o virtuosismo de Del Toro enquanto criador de ambientes, já que o restante, para além de recorrente no género, nada tem de novo. Senão vejamos: catapultar a fantasia através de um qualquer facto real, a estereotipada criança devoradora de livros, et cetera. Fica um exercício forçado - e esforçado, presume-se - mas não mais do que isso.
Quanto a faunos, prefiro, definitvamente, os que constam do título de um romance de Aquilino Ribeiro (o mesmo que serve de título ao post).
6 Comments:
Gostos são gostos, caro amigo! Pessoalmente achei um filme fabuloso.
Não lhe atribuo o título de obra-prima mas também me recuso a ver o filme como um falhanço ou decepção. Um belo filme de fantasia, com defeitos e qualidades.
Coussier: obviamente :-)
Wasted, caríssima, o meu problema é mesmo aos 10 minutos de filme ter acertado no papel da rapaziada toda. Detesto quando isso acontece.
E é pena porque a ambiência criada abria portas a um grande filme...
Não era, de facto, difícil acertar nesses papéis. Mas, ao contrario de ti, isso não me retirou o razer do visionamento ;)
Outra desiludida com este filme, precisamente pela sua previsibilidade e até excessiva simplicidade em alguns momentos que se queriam tensos e prolongados... É pena, eu até costumo ser receptiva à fantasia que se faz hoje...
Oh… Mas que cinzento… Só aquele monstro com os olhos nas mãos já me encheu as medidas. Absolutamente fantástico!
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