O captain! My captain!
Carpe diem.
A máxima horaciana é uma das constantes do pungente Dead poets society. Uma máxima que todos pudemos aprender de forma trágica, pelo que haverá sempre que nos perguntar se tal lição valeu a pena.
Bem vistas as coisas, há que responder pela afirmativa. Graças ao provocador Keating (um sensacional Robin Williams) pudemos fazer sair de nós tudo aquilo que temos de melhor: imaginar, pensar, sentir, viver...enfim, ser Homens, na verdadeira acepção da palavra. E se a tragédia foi necessária para despertar consciências, ela não foi despicienda: alertou-nos para um Mundo duro e cruel, que não oferece grande margem para o romantismo. Mas, mesmo assim, a lição ficou: aproveitar o dia. E qual o melhor modo de aproveitar o dia, se não através dos livros e da poesia, motor universal da comunicação entre os Homens, quiçá a maior e mais bela das artes...
Mas, no fim, Keating acaba por sair triunfante. Tal como todos nós, que partilhámos o despertar para a vida de um grupo de jovens (e não teremos nós, também, despertado?). Háverá experiência mais bela e profunda do que ser testemunhas do despertar do "Eu", tomando consciência da ídentidade própria de cada um?
Cumpre, pois, relembrar o belíssimo texto de Walt Whitman:
O Captain! my Captain! our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.
E, uma vez chegados ao fim, há que olhar o Mundo de uma nova forma. Subamos, pois, para cima de uma mesa e tratemos de esquecer estereótipos e ideias pré-concebidas. Só assim daremos cumprimento à lição de Keating. Mais importante, só assim nos descobriremos a nós próprios.
O Captain! my captain!...
6 Comments:
Quem não se emociona e até deixa escapar uma lágrima teimosa na célebre cena dos alunos em cima das carteiras... que atire a primeira pedra! :)
Quando vi o filme pela primeira vez tocou-me muito.E é sempre com muito prazer que o revejo ;)
Wasted blues: efectivamente, quem não ficar comovido com o final do filme, terá uma sensibilidade digna de um calhau, isto é, nenhuma.
joana c.: acho que não és a única a ser tocada pelo filme. É impossível ficar neutro perante um filme de extremos, que vai desde a alegria de viver, de nos dedicarmos àquilo que gostamos, até à tristeza profunda provocada pela morte.
E o fio condutor de tudo isto é a poesia. Peter Weir dá-nos o prazer da descoberta da poesia e, subliminarmente, mostra a tensão dialéctica entre romantismo e realismo. Uma verdadeira tese e antítese em que (felizmente!), o romantismo acaba por ganhar.
O captain! My captain!... :)
é impossível não sonhar com este filme.
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Genial
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