terça-feira, abril 11

Ad provocationem III

Sergio Leone, tal como Luchino Visconti, faz filme operáticos. Acontece que Leone conta melhor uma história, id est com mais ritmo.

4 Comments:

Blogger Hugo said...

Eu conheço o Pack, mas confesso que esse não compro. Dos que lá estão só o "tirez sous le pianiste" me faz palpitar Os restantes 3 são daqueles que me deixam mais neutro (leia-se sãos os 3 do Truffaut que não gosto tanto).

Ainda nas caixas de DVD, a do Kurosawa sim. Isto apesar de não ter o "Rashomon". De qualquer modo é sempre uma boa duma opção de compra. Só "os sete samurais" justifica tudo. E como o grande Toshirô Mifune (esse grande actor, muitas vezes esquecido aqui pelo Ocidente) entra, não sei se serei capaz de resistir ao apelo consunista...

:)

Abraço

10:19 da manhã  
Blogger Tiago Barra said...

Enquanto anti-Visconti confesso, não posso deixar de concordar...
Luchino tem um problema com alterações de cena. A panóplia de diálogos desarticulados e incoerência de encontros entre personagens chega a comover.
Quanto a Leone, pauta-se por um registo mais suspense que me agrada particularmente (muito ausente no estilo visceral de Visconti).

7:57 da tarde  
Blogger Hugo said...

Apenas me referi a um elemento de comparação, pois acho que ambas os cineastas são operáticos.

Quanto a Visconti, acho que é o realizador supremo. Cada filme, a cada visionamento, mostra-nos novos elementos. Refira-se que os diálogos não são desarticulados. Bem pelo contrário, revelam extrema profundidade e, acima de tudo,um teor filosófico-existencial ímpar. Por vezes decadente (leia-se "outonal") é certo, mas um realizador como nenhum outro.

Quanto ao Leone, tem como imagem de marca um enredo muito mais directo (com excepções: veja-se o triângulo amoroso de "aguenta-te canalha" ou o enredo fluido de "Era uma vez na América"): veja-se a acção louca e desenfreada de "o bom, o mau e o vilão". Mas, simultaneamente, é um realizador verdadeiramente pós-moderno: o nível da citação cinéfila constante de "aconteceu no Oeste" é, pura e simplesmente, genial. "Aconteceu no Oeste" é "o" Western e tem todos os Westerns lá dentro...

Saudações cinéfilas!

8:05 da tarde  
Blogger Miguel Domingues said...

Grande Alves!

Discordo do que o Tiago Barra disse e concordo com o que disseste. Até por um motivo: ninguém com uma experiência teatral tão rica quanto a Viscontiana (letra grande, pois o respeitinho é muito bonito) pode ter diálogos desarticulados. Quanto à lentidão de que é frequentemente acusado, bem, sou daqueles que acham que é na hora final de "O Leopardo" que tudo se passa.

Take Care,
Miguel Domingues

11:55 da tarde  

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