Eu conheço o Pack, mas confesso que esse não compro. Dos que lá estão só o "tirez sous le pianiste" me faz palpitar Os restantes 3 são daqueles que me deixam mais neutro (leia-se sãos os 3 do Truffaut que não gosto tanto).
Ainda nas caixas de DVD, a do Kurosawa sim. Isto apesar de não ter o "Rashomon". De qualquer modo é sempre uma boa duma opção de compra. Só "os sete samurais" justifica tudo. E como o grande Toshirô Mifune (esse grande actor, muitas vezes esquecido aqui pelo Ocidente) entra, não sei se serei capaz de resistir ao apelo consunista...
Enquanto anti-Visconti confesso, não posso deixar de concordar... Luchino tem um problema com alterações de cena. A panóplia de diálogos desarticulados e incoerência de encontros entre personagens chega a comover. Quanto a Leone, pauta-se por um registo mais suspense que me agrada particularmente (muito ausente no estilo visceral de Visconti).
Apenas me referi a um elemento de comparação, pois acho que ambas os cineastas são operáticos.
Quanto a Visconti, acho que é o realizador supremo. Cada filme, a cada visionamento, mostra-nos novos elementos. Refira-se que os diálogos não são desarticulados. Bem pelo contrário, revelam extrema profundidade e, acima de tudo,um teor filosófico-existencial ímpar. Por vezes decadente (leia-se "outonal") é certo, mas um realizador como nenhum outro.
Quanto ao Leone, tem como imagem de marca um enredo muito mais directo (com excepções: veja-se o triângulo amoroso de "aguenta-te canalha" ou o enredo fluido de "Era uma vez na América"): veja-se a acção louca e desenfreada de "o bom, o mau e o vilão". Mas, simultaneamente, é um realizador verdadeiramente pós-moderno: o nível da citação cinéfila constante de "aconteceu no Oeste" é, pura e simplesmente, genial. "Aconteceu no Oeste" é "o" Western e tem todos os Westerns lá dentro...
Discordo do que o Tiago Barra disse e concordo com o que disseste. Até por um motivo: ninguém com uma experiência teatral tão rica quanto a Viscontiana (letra grande, pois o respeitinho é muito bonito) pode ter diálogos desarticulados. Quanto à lentidão de que é frequentemente acusado, bem, sou daqueles que acham que é na hora final de "O Leopardo" que tudo se passa.
4 Comments:
Eu conheço o Pack, mas confesso que esse não compro. Dos que lá estão só o "tirez sous le pianiste" me faz palpitar Os restantes 3 são daqueles que me deixam mais neutro (leia-se sãos os 3 do Truffaut que não gosto tanto).
Ainda nas caixas de DVD, a do Kurosawa sim. Isto apesar de não ter o "Rashomon". De qualquer modo é sempre uma boa duma opção de compra. Só "os sete samurais" justifica tudo. E como o grande Toshirô Mifune (esse grande actor, muitas vezes esquecido aqui pelo Ocidente) entra, não sei se serei capaz de resistir ao apelo consunista...
:)
Abraço
Enquanto anti-Visconti confesso, não posso deixar de concordar...
Luchino tem um problema com alterações de cena. A panóplia de diálogos desarticulados e incoerência de encontros entre personagens chega a comover.
Quanto a Leone, pauta-se por um registo mais suspense que me agrada particularmente (muito ausente no estilo visceral de Visconti).
Apenas me referi a um elemento de comparação, pois acho que ambas os cineastas são operáticos.
Quanto a Visconti, acho que é o realizador supremo. Cada filme, a cada visionamento, mostra-nos novos elementos. Refira-se que os diálogos não são desarticulados. Bem pelo contrário, revelam extrema profundidade e, acima de tudo,um teor filosófico-existencial ímpar. Por vezes decadente (leia-se "outonal") é certo, mas um realizador como nenhum outro.
Quanto ao Leone, tem como imagem de marca um enredo muito mais directo (com excepções: veja-se o triângulo amoroso de "aguenta-te canalha" ou o enredo fluido de "Era uma vez na América"): veja-se a acção louca e desenfreada de "o bom, o mau e o vilão". Mas, simultaneamente, é um realizador verdadeiramente pós-moderno: o nível da citação cinéfila constante de "aconteceu no Oeste" é, pura e simplesmente, genial. "Aconteceu no Oeste" é "o" Western e tem todos os Westerns lá dentro...
Saudações cinéfilas!
Grande Alves!
Discordo do que o Tiago Barra disse e concordo com o que disseste. Até por um motivo: ninguém com uma experiência teatral tão rica quanto a Viscontiana (letra grande, pois o respeitinho é muito bonito) pode ter diálogos desarticulados. Quanto à lentidão de que é frequentemente acusado, bem, sou daqueles que acham que é na hora final de "O Leopardo" que tudo se passa.
Take Care,
Miguel Domingues
Enviar um comentário
<< Home