Em jeito de acto de contrição
C., blogger de cultura inegável e que muito aprecio (o facto de apreciar Robert Walser e Cesare Pavese ajuda muito nessa simpatia), ou não fosse daquelas com quem aprendo muito, amofinou-se (passe a expressão) com esta nótula. Deixem-me fazer um mea culpa público:
i) Sim, este era um texto que não incidia directamente sobre Straub. Acontece que o achei adequado ao caso. Só isso. Provavelmente. como é hábito da casa, a língua, perdão, a rudeza do vocabulário traiu-me.
ii) Obviamente, Daniélle Huillet não é um braço criatiavo, é um plus. É co-autora, facto visível à exaustão no Onde jaz o teu sorriso?
iii) "Dínamo verborreico", precisamente porque nas conferências Straub era desbragado, vitriólico, acutilante e fulminante, faceta que muito aprecio. Daí o tal "contraste" com a justa medida dos filmes do casal Straub-Huillet.
iv) Era o Walser, se não me engano, que a dada altura escrevia "Sou um tagarela" (no Jakob von Gunten, julgo) e depoisi continuava explorando à exaustão a ideia, o pensamento e o limite da palavra. Straub também o era (salvas as devidas distâncias relativamente ao exemplo, claro)nas aparições públicas. O que mais lhe admiro é a depuração dos filmes, a sua coerência e, acima de tudo, uma ética férrea. Daí, até, que ache algumas das suas boutades absolutamente coerentes com a obra. Diferiam, apenas, na forma: excessivas e violentas.
Por ter criado o mal entendido e, também, por ter tido direito a comentário urbano que, como sempre, me faz aprender, eis, novamente, o mea culpa. Agora, e em jeito de "pedido", fica um: C., continua a brindar-nos com as tuas Lektionen. São muito apreciadas pela gerência deste estaminé.
1 Comments:
caramba, o que para aqui vai... nem sei por onde começar. a "cultura inegável" não existe, ou pelo menos não faz parte das minhas propriedades. tu não me conheces, Hugo, retira isso, que me agonia.
quanto ao resto, deixa lá, não tenho jeito para discutir com estranhos, desisto e desculpa o sobressalto.
cristina
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