Piratas a sério...
...são os de Emílio Salgari: o Corsário Negro, Sandokan, o Leão de Damasco, o Corsário Vermelho, o Capitão Morgan. Enfim, um rol de personagens inesquecíveis.
Há coisa de alguns dias este escriba foi, por assim dizer, convencido a ir ver a terceira aventura do Capitão Jack Sparrow. Contrafeito, afundou-se na cadeira do Cinema verberando contra a sua sorte: Mas que raio. Isto é mais do mesmo, mas pior. 25 minutos depois optou pela sáida airosa: Olha, quando isto acabar, estou lá fora a ler e a beber o café da ordem*. Havia um motivo: todos os maneirismo de Depp não faziam esquecer os piratas à séria: os de Salgari (que um bloggeiro, perdão ex-bloggeiro, relembrou transcrevendo um belíssimo texto de Paulo Varela Gomes), personagens rudes, vivas e, acima de tudo, com um grande sentido de honra.
Coincidência ou não, ainda não havia muitas horas, o escriba de serviço encontrara alguns dos livrinhos (abençoada Rua Anchieta) que fizeram parte da sua meninice e preencheram o seu imaginário, da Colecção Salgari, da extinta Romano Torres. Novamente expressões como Filibusteiros, antropófagos, com mil trovões e expressões repovoaram o seu imaginário. Entre a escrita limitada, mas viva e vertiginsa, de Salgari e os efeitos especiais de Verbinski, Salgari ganha sem margem para dúvidas. E ficou com uma de duas conclusões: ou tem uma criança a querer viver dentro dele, ou, lentamente, está a transforma-se num velho jarreta que se apraz em reviver as sensações de criança. Mas isso são contas de outro rosário.
* é favor notar que esta saída extrema é precisamente isso: uma medida de último recurso. Simultaneamente, é a prova de um dos efeitos nefastos do Medeia Card.
* é favor notar que esta saída extrema é precisamente isso: uma medida de último recurso. Simultaneamente, é a prova de um dos efeitos nefastos do Medeia Card.
8 Comments:
Por vezes acredito que quanto mais velhos ficamos mais sentimos essa "criança" presente. É um tanto estranho, mas talvez seja bom, significa que não perdemos algumas coisas boas da infância ao mesmo tempo que vamos ganhando uma visão diferente pelas experiência. E em termos de memórias literárias, acho que ainda estou muito próxima da admiração pela Jo das Mulherzinhas da Louisa May Alcott que li com uns 9 ou 10 anos... No fundo, é como se até compreendesse tudo melhor agora, mas é uma "compreensão" que vem pontuada com uma certa nostalgia... (e já estou a divagar de mais!)
O filme é verdadeiramente mau, mas eu nestes, a que vou sem expectativas, nunca saio antes do fim.
Por falar nisso, dava um belíssimo post uma pessoa recordar os últimos filmes em que saiu a meio... eu acho que seria bem mais politicamente incorrecto ;)
Melhor do que sair a meio, é não ir.
Há sempre aqueles filmes que uma pessoa recusa, mesmo se cinéfilos que admiramos os elogiarem.
Exemplos: Senhor dos aneis, pirata das caraibas, oceans 11, 12 e 13, etc. A minha razão é fácil de explicar, apanhei um trauma com "a coisa mais doce" em que tive de sair a meio
É muito desagradável sair a meio, representa uma negação do cinema.
Concordo com a sugestão de um post sobre as últimas saidas a meio.
Sabes como é Tiago, há ocasiões em que até o maior dos militantes é forçado a ir ver disto...women...lol
Agora nada de misturar o Ocean's 13 com esta coisa. Ok? :P
Nunca saí a meio. Pefiro adormecer.
Finalmente alguém que partilha da minha opinião. Eu tinha alguns volumes do Emilio Salgari, mas o perdi na mudança de apartamento (maldita companhia de mudanças!). Tem até espaço pro Jack Sparrow na saga (só pra ele também, porque o resto do filme é lamentável!). Que pena que o Errol Flynn já morreu. Ele sim é o grande pirata da história do cinema (saudoso Capitão Blood).
(http://claque-te.blogspot.com): As Virgens Suicidas, de Sofia Coppola.
Que saudades de Sandokan!!!
E como o Roberto diz: Que pena que o Errol Flyn já morreu, embora de personalidade complicada e tempestuosa foi um grande actor que nos deixou belos piratas, belos cavaleiros, e um belo Robin dos bosques.
Salgari, pro- español
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