terça-feira, junho 19

Filme-mosaico...filme-labirinto?

Um pensamento solto e, quiçá, tonto:
Nos tempos recentes o dito filme-mosaico tem conquistado adeptos, transformando-se numa quase total banalidade que, por via de regra, tende a produzir filmes absolutamente menores e confrangedores (pense-se em Crash, de Paul Haggis). Sendo assim cabe perguntar qual será a evolução desta "técnica". Provavelmente, será o filme-labirinto e, nesse sentido, uma leitura de Rayuela, o labiríntico e genial romance de Julio Cortázar, seja a melhor fonte de inspiração: Michelangelo Antonioni, no seu Blow-up (inspirado vagamente no conto Las babas del diablo de...Cortázar), talvez tenha lançado a chave para a evolução que ora se vai pressentindo.

8 Comments:

Blogger Cataclismo Cerebral said...

Não posso deixar de dizer que o grande senhor dos filme mosaico foi o Robert Altman, genial criador de esplêndidos puzzles humanos. Gosto desse género de filmes e creio que o último grande filme assim foi o Magnolia.

Abraço

4:19 da tarde  
Blogger Tiago Barra said...

Os mosaicos do Tarantino também não foram maus. Pulp Fiction à cabeça..

5:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

é uma questão muito pertinente, também me preocupo se a vulgarização desse tipo de construção, que assim se tornará uma "fórmula" com tudo de mau (e de bom) que isso implica não vai levar a uma banalização de efeitos e logo piores filmes. Mas para mim, na vanguarda desse tipo de construções estão o Iñarritu, o Julio Medem (não tão conhecido como merecia, para mim um dos melhores neste momento) e a orgiem de tudo isto (talvez, só especulo) no Rashômon, Kurosawa.

7:16 da tarde  
Blogger Nuno said...

"Rashômon" não tem nada do filme-mosaico, só tem uma linha narrativa (embora mostrada segundo várias versões).

7:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

sim, é certo, só tem uma linha narrativa o que o afasta "formalmente" dessa construção em mosaico, mas introduz uma questão que para mim é chave neste tipo de filme, que é a do ponto de vista. creio que tudo tem a ver com a visão das personagens do assunto. por exemplo o Babel entra também nesta linha, no entanto se observas bem, há uma história fundamental (ainda que com subenredos) e a exploração principal vem das diferentes formas de observá-las nos diferentes contextos.

8:22 da tarde  
Blogger pedro zamith said...

escrevi-lhe um comentário à sua opinião sobre, aconteceu no oeste.
Neste momento preparo uma exposição de pintura para outubro sobre cinema.
Já pintei, laranja mecanica, amadeus, homem morto e neste momento "Once upon a time..."
talvez me possa arranjar umas imagens sobre os filmes que pretendo pintar...

3:12 da tarde  
Blogger Susana Fonseca said...

Concordo que a tendência é banalizar, porque de facto cada vez mais encontramos filmes mosaicos. Um dos mais comerciais terá sido "Crash", mas antes e posteriormente tem-se abusado um pouco da técnica. Para além dos referidos lembro-me de "Lucky number slevin".

8:01 da tarde  
Blogger Hugo said...

Pedro, "emaile-me". Se puder ajudar, fá-lo-ei de bom grado

1:02 da tarde  

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