Implacável
Samuel Fuller, corria o ano de 1957, assinou Forty Guns e com ele marcou não a morte do western, mas sim o início da sua reinvenção, que viria a ser concluída magistralmente por Sergio Leone. Em Forty guns temos violência em estado puro, temperada/intensificada pela paixão de Griff e Jessica e de Chico e da jovem armeira. Quebraram-se as regras: vimos assassinatos pelas costas, uma explosão de violência num homícidio implacável à guisa de vindicta privada, o virtuosismo dos movimentos de câmara, planos cerrados dos olhares...mas, acima de tudo, impera Sam Fuller.
Sam Fuller, capaz de trabalhar o filme de género e o série B, fazendo-os oscilar entre a poesia e o grotesco. Forty Guns é um exemplo ímpar. Não só porque põe de lado alguns códigos do western, indiciando o fim do tom épico/mítico - de western só temos o cenário - mas também porque prova, se dúvidas havia, que o filme de género ou a série B dão grandes filmes. Algo que também os turcos da Nouvelle Vague cuidariam de demonstrar.
Similarmente, veja-se este texto do joseo.
4 Comments:
sim, duro mas belissimo, ou melhor lírico, tão lírico que chega a queimar...e nunca meloso ou puramente melodramático, Fuller é unico por onde quer que se lhe pegue...
P.S: uma honra a tua menção neste post, Obrigado Hugo!
Cump.
H.: também por lá andei (aliás, vi os 3 westerns e como bom doido, fiz mais uma sessão tripla hoje)
Joseo: muito me honras tu com tante visita :-)
Forty Guns quebra as convenções do gênero e nos lega um sublime mix de western, noir e melodrama pesado.Apreciar o cinema de Fuller é estar de bem com o cinema.Para aqueles que não o fazem, só resta o inferno.
Prezado Hugo Ramos Aves
Este filme pelo que me consta não foi lançado no Brasil, na época, nas redes de cinemas do Rio de Janeiro. Não tenho o nome em português do título, será que existe um título em português? Agradeceria se você pudesse informar-me.
Todas as informações respeito deste filme são as melhores possíveis.
Sergio de Abreu
e-Mail serterfr@uol.com.br
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