segunda-feira, novembro 27

Umberto D


Umberto D é um filme absolutamente perturbador e visceral. Este é um dos momento mais arrepiantes: Umberto D vencendo todos os seus preconceitos, decide pedir esmola. A genialidade de Vittorio de Sica está, sobretudo, na facilidade com que pega numa história banal para oferecer um retrato duro sobre a insensibilidade perante os dramas de terceiros. Esta é a viagem pelo inferno pessoal de Umberto D, um funcionário reformado que tem de batalhar diariamente por coisas tão triviais como a alimentação e a habitação. De Sica oferece-nos um filme com uma intensidade ímpar e ensina-nos o verdadeiro significado da expressão abaixo de cão. Porque é isso que vemos em Umberto D: um homem isolado de tudo e todos que apenas tem como companhia o seu cão Flick e, por isso mesmo, faz tudo para lhe arranjar uma habitação condigna após decidir por termo à vida. A suprema ironia reside no facto de ser Flick o único a nutrir carinho por Umberto D. Ao ponto de o salvar da Morte.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ainda bem que descobri "Amarcord"

11:11 da tarde  
Blogger MPB said...

A sequencia do pedido de esmola é esmagadora, o poder do silencio.
A reminiscencia de Chaplin.
De Sica e os seus não actores.

Fabuloso.

11:59 da tarde  
Blogger Hugo said...

Fabuloso, de facto.

12:17 da manhã  
Blogger Hugo said...

O Habitante: obrigado pelas visitas constantes :-)

12:11 da tarde  
Blogger MissCartier said...

Chorei baba e ranho ao ver o este filme... Um bom exemplo do neo-realismo italiano tão controverso na altura.

9:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Agora que vi o filme, já percebo a força desta cena. É um retrato muito forte mesmo, de um homem solitário inserido numa sociedade que já não tem nada para lhe oferecer senão a miséria. A personagem de Umberto é inesquecível...

7:20 da tarde  

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