quarta-feira, dezembro 20

A força do hábito

O Homem é uma criatura de hábitos. O quotidiano e os gestos automatizados, para além de trazerem o conforto e a segurança de gestos alheios que se podem adivinhar, acabam por dominá-lo. Com a repetição diária, de forma insidiosa, vamo-nos transformando em autómatos incapazes de perceber o porquê das coisas. Nem vale a pena tentar. Fazer um qualquer gesto costumeiro é mais fácil. Progressivamente, vamos deixando de ser, para nos transformarmos em algo insusceptível de ser classificado. Preferimos a passividade à participação activa. Bastamo-nos com o mero facto de sermos um qualquer receptáculo amorfo de ideias alheias. Felizmente, há sempre um Senhor Hulot para nos lembrar da estupidez de muitos dos nossos gestos quotidianos. O seu jeito trapalhão mostra que não é difícil convivermos com um qualquer pedaço de Criação. Basta querermos. Porque o Mundo não se resume ao Eu. Há sempre um Outro com quem podemos e devemos partilhar vivências.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

...Sim..ainda bem que existe.

!!...não posso deixar de dizer que sou um absoluto fã de Tati.

..........!

http://www.tativille.com/

9:06 da tarde  
Blogger Miguel Domingues said...

É o meu anarquista preferido. E o mais delicioso é que ele não tem noção disso...

10:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Podia ser uma crítica exemplar do "Playtime".

2:59 da manhã  
Blogger Hugo said...

É impossível não gostar do Senhor Hulot.. :)

9:54 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

M. Hulot a raison: il faut dynamiter les habitudes et les conventions! C'est le premier pas vers la liberté et le bonheur :)

5:52 da tarde  

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