sexta-feira, novembro 17

Os aplausos...

Pedro Costa
...são mais do que merecidos. Porque Juventude em Marcha é um filme ímpar. Directo no estilo. Espartano no mise-en-scène. Porque a obsessão por filmar a realidade tal como ela é cede à necessidade de ser temperada por um lírico Ventura, cuja vida é tudo menos venturosa. Porque (também) é Cinema-Verdade. Porque mostra que para se fazer grande Cinema não são precisos grandes meios. Porque mesmo um filme deliciosamente artesanal na confecção - como este Juventude em Marcha - é uma pequena grande lição de como fazer Cinema. Porque é capaz de apreender os dramas dos votados ao esquecimento. Porque nos faz lembrar que a Vida não é um mar de sonhos. Porque é um filme português. Em suma, eis Pedro Costa. E em grande forma com o magnífico Juventude em Marcha, um filme a ver e rever.

13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um filme de uma grande densidade, apesar de ser feito de uma maneira muito simples. Sem dúvida um grande cineasta.
De facto, já o queria rever...
(Laissons la nuit faire son oeuvre.)

1:34 da manhã  
Blogger Hugo said...

É bom ver quee também ficaste rendido. Infelizmente, acho que o público vai passar completamente ao lado deste grande filme.

9:51 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Quero ir ver. Onde? Não vi nada sobre o filme. Devo andar despassarado.

11:35 da manhã  
Blogger Hugo said...

AGB: ontem foi a ante-estreia na Cinemateca. Estreará na próxima quinta-feira. Passará nos Cinema do Grupo Medeia, creio que no King, mas não tenho a certeza. Aliás, conforme referia Pedro Costa ontem, a distribuição deste "Juventude em Marcha" tem sido difícil... o que contrasta com a recepção calorosa que tem tido no estrangeiro..

11:39 da manhã  
Blogger C. said...

Obrigado pelo convite :P

11:48 da tarde  
Blogger Daniel Pereira said...

Este filme é avassaldor na sua humanidade.

Filmar Ventura como se filmasse Mitchum, Cooper, Welles.

Sem meios, das mais belas fotografias de que me recordo; afinal, basta saber o que iluminar.

Revendo-o, vou ser mais feliz.

11:54 da tarde  
Blogger Lauro António said...

Está convocado/a:
http://lauroantonioapresenta.blogspot.com/2006/11/blogues-de-cinema.html
Junte-se a nós. LA

12:28 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

Se ele chegar a ser projectado no Porto, prometo visioná-lo. Mas isto cá em cima é complicado. Por exemplo, o novo do Gondry não se encontra em nenhuma sala portuense. Tristeza!!

Distribuições à parte... admiro imenso Pedro Costa.

2:02 da tarde  
Blogger Hugo said...

TAmbém eu, revendo-o, serei mais feliz. Graças ao Pedro Costa e ao Ventura percebi, finalmente, o verdadeiro significado de "Nha cretcheu, meu amor". E não me refiro ao que está vertido em dicionários. Refiro-me à intensidade e universalidade da expressão, com o seu conjunto infinito de sentimentos e afectos, de carinho, de Amor...o que é docemente irónico, porque num cenário tão devastado seria quase impossível que algo tão belo, tão Humano, tão intenso, pudesse brotar.

10:24 da tarde  
Blogger Flávio said...

Um cineasta curiosíssimo. Nada de argumento, nada de montagem, apenas uma câmara em On e já está. É uma espécie de 'candid camera', mas sem humor.

2:12 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

absolutamente ignorante esse seu comentário Flávio. Nada de argumento? Nada de montagem? Você deveria chamar-se Flávio Cândido. De qualquer modo aqui fica um pequeno segredo: quanto mais simples lhe parece o filme, mais trabalho teve...

4:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Embora não partilhe do tom de UZI, há que concordar que a razão está, na íntegra, com ele.

5:07 da tarde  
Blogger Flávio said...

Pois. Um filme não se torna erudito só porque é ininteligível ou enfadonho, nem tem "intensidade e universalidade" só porque fala de drogados ou pobrezinhos.

1:36 da manhã  

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