Os aplausos...
...são mais do que merecidos. Porque Juventude em Marcha é um filme ímpar. Directo no estilo. Espartano no mise-en-scène. Porque a obsessão por filmar a realidade tal como ela é cede à necessidade de ser temperada por um lírico Ventura, cuja vida é tudo menos venturosa. Porque (também) é Cinema-Verdade. Porque mostra que para se fazer grande Cinema não são precisos grandes meios. Porque mesmo um filme deliciosamente artesanal na confecção - como este Juventude em Marcha - é uma pequena grande lição de como fazer Cinema. Porque é capaz de apreender os dramas dos votados ao esquecimento. Porque nos faz lembrar que a Vida não é um mar de sonhos. Porque é um filme português. Em suma, eis Pedro Costa. E em grande forma com o magnífico Juventude em Marcha, um filme a ver e rever.
13 Comments:
Um filme de uma grande densidade, apesar de ser feito de uma maneira muito simples. Sem dúvida um grande cineasta.
De facto, já o queria rever...
(Laissons la nuit faire son oeuvre.)
É bom ver quee também ficaste rendido. Infelizmente, acho que o público vai passar completamente ao lado deste grande filme.
Quero ir ver. Onde? Não vi nada sobre o filme. Devo andar despassarado.
AGB: ontem foi a ante-estreia na Cinemateca. Estreará na próxima quinta-feira. Passará nos Cinema do Grupo Medeia, creio que no King, mas não tenho a certeza. Aliás, conforme referia Pedro Costa ontem, a distribuição deste "Juventude em Marcha" tem sido difícil... o que contrasta com a recepção calorosa que tem tido no estrangeiro..
Obrigado pelo convite :P
Este filme é avassaldor na sua humanidade.
Filmar Ventura como se filmasse Mitchum, Cooper, Welles.
Sem meios, das mais belas fotografias de que me recordo; afinal, basta saber o que iluminar.
Revendo-o, vou ser mais feliz.
Está convocado/a:
http://lauroantonioapresenta.blogspot.com/2006/11/blogues-de-cinema.html
Junte-se a nós. LA
Se ele chegar a ser projectado no Porto, prometo visioná-lo. Mas isto cá em cima é complicado. Por exemplo, o novo do Gondry não se encontra em nenhuma sala portuense. Tristeza!!
Distribuições à parte... admiro imenso Pedro Costa.
TAmbém eu, revendo-o, serei mais feliz. Graças ao Pedro Costa e ao Ventura percebi, finalmente, o verdadeiro significado de "Nha cretcheu, meu amor". E não me refiro ao que está vertido em dicionários. Refiro-me à intensidade e universalidade da expressão, com o seu conjunto infinito de sentimentos e afectos, de carinho, de Amor...o que é docemente irónico, porque num cenário tão devastado seria quase impossível que algo tão belo, tão Humano, tão intenso, pudesse brotar.
Um cineasta curiosíssimo. Nada de argumento, nada de montagem, apenas uma câmara em On e já está. É uma espécie de 'candid camera', mas sem humor.
absolutamente ignorante esse seu comentário Flávio. Nada de argumento? Nada de montagem? Você deveria chamar-se Flávio Cândido. De qualquer modo aqui fica um pequeno segredo: quanto mais simples lhe parece o filme, mais trabalho teve...
Embora não partilhe do tom de UZI, há que concordar que a razão está, na íntegra, com ele.
Pois. Um filme não se torna erudito só porque é ininteligível ou enfadonho, nem tem "intensidade e universalidade" só porque fala de drogados ou pobrezinhos.
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