domingo, julho 23

Antonioni segundo Bergman

"Ele fez duas obras-primas, pelo que não é preciso preocupar-se com o resto. Uma é Blow-up, que vi várias vezes, e a outra é La Notte, também um filme maravilhoso, apesar de tal dever-se,m em parte, a Jeanne Moreau. Na minha colecção, tenho uma cópia de Il Grido, que é um filme aborrecido. Tão diabolicamente triste, entenda-se. Antonioni nunca aprendeu realmente a essência. Ele concentrou-se em imagens isoladas, nunca se apercebendo que um filme é uma sucessão rítmica de imagens, um movimento. Com certeza que há momentos brilhantes nos seus filmes. Mas eu não sinto nada por L'Avventura, por exemplo. Apenas indiferença. Nunca percebi porque é que Antonioni foi aplaudido tão intensamente pela crítica. E acho que a sua musa, Monica Vitti, era uma péssima actriz"
Ingmar Bergman

Profession: Reporter, em exibição no Nimas, é uma das provas que mostram que, também neste particular, o grande Ingmar Bergman teve uma frase infeliz. Aliás, nada que seja de admirar, pois para Bergman, Orson Welles era um realizador sobrevalorizado e Jean-Luc Godard era alguém que fazia filmes desinteressantes e aborrecidos com o objectivo de satisfazer os críticos.
Mas talvez o melhor seja o espectador visitar um dos últimos redutos da cinefilia em Lisboa - o Cinema Nimas - para tirar conclusões por si próprio.

2 Comments:

Blogger Francisco Mendes said...

Tenho de admitir que Bergman sempre me divertiu imenso com estas picardias corajosas, sendo que algumas até comportam sólidas argumentações. Quanto ao seu parecer/rendição a "Blow Up"... ora, que remédio!

Cumprimentos.

3:44 da tarde  
Blogger Hugo said...

Sim. Convenhamos que ver um génio a tecer considerações sobre outros tem o seu quê de piada.

4:05 da tarde  

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