Amor à Arte e entrega à causa
"É natural que o tema dos meus filmes afaste um pouco os distribuidores e os exibidores. São filmes de verdade e esses filmes por vezes até são chatos (...). Na medida em que esse emprego que eu tenho me possibilita pagar os filmes, nunca tenho a necessidade premente de os vender, o que eu gosto é que as pessoas os vejam. VILARINHO DAS FURNAS foi visto por mais pessoas nesta modalidade de cedência a sessões especiais de cineclubes e outras instituições do que se fosse para um cinema de distribuição comercial onde podia estar uma semana e poderia ser visto por muito menos pessoas. E isso dá-me mais prazer porque sei que essas pessoas são aquelas a quem o filme interessa. Foi um riqueza contactar com as pessoas após o filme feito, como foi uma riqueza contactar com as pessoas da minha categoria social e fazer face aos seus problemas da maneira que me é possível"
António Campos* em entrevista a Lauro António, Agosto de 1974.
* realizador português injustamente pouco conhecido, à imagem de outro António, Reis de seu nome. A entrega de Campos à causa era tanta que cedeu todo o material por si filmado ao museu do Cinema. Um exemplo a seguir de amadorismo no verdadeiro sentido da expressão: aquele que ama.
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