Terrível palavra é um NON
"Terrível palavra é um NON, não tem direito nem avesso, por qualquer lado que a tomeis, sempre soa e diz o mesmo, lido do princípio para o fim ou do fim para o princípio, sempre é NON."
Terrível país este construído de insucesso em insucesso, ensimesmado em si mesmo, glorificando tempos idos e colocando os olhos num futuro do qual se tem saudades. País de cobardes, sonhos vãos e megalómanos...filme de tons irreais, roçando o sensualismo onírico - no belíssimo episódio da Ilha dos Amores - Non ou a vã glória de mandar funciona, de certo modo, como psicanálise e revisão histórica de um povo, sendo que essa revisão desemboca directamente no presente, não tanto por concluir em 25 de Abril de 1974, mas pelo facto de muitas das características das personagens e dos episódios evocados poderem servir de modelo deste país de entretantos. Em Non, tal como nas palavras do Padre António Vieira, não há direito ou avesso ou mesmo fim. Fica-se por uma leitura da História voltada para o presente.
Non é privado de esperança, é ambíguo. Não tem fim. É um travelling pela História - curiosamente, o filme começa com um portentoso travelling em torno de uma árvore - e um convite à reflexão. Isto enquanto Oliveira nos presenteia com o seu libelo acusatório: um Portugal de fracassos, como que para espevitar consciências e obrigar a meditar sobre o Mundo lá fora: aquele em que vivemos e apenas está fora do filme de forma aparente, já que todas as personagens, certamente, poderiam ser uma emanação dessa realidade externa.
Terrível país este construído de insucesso em insucesso, ensimesmado em si mesmo, glorificando tempos idos e colocando os olhos num futuro do qual se tem saudades. País de cobardes, sonhos vãos e megalómanos...filme de tons irreais, roçando o sensualismo onírico - no belíssimo episódio da Ilha dos Amores - Non ou a vã glória de mandar funciona, de certo modo, como psicanálise e revisão histórica de um povo, sendo que essa revisão desemboca directamente no presente, não tanto por concluir em 25 de Abril de 1974, mas pelo facto de muitas das características das personagens e dos episódios evocados poderem servir de modelo deste país de entretantos. Em Non, tal como nas palavras do Padre António Vieira, não há direito ou avesso ou mesmo fim. Fica-se por uma leitura da História voltada para o presente.
Non é privado de esperança, é ambíguo. Não tem fim. É um travelling pela História - curiosamente, o filme começa com um portentoso travelling em torno de uma árvore - e um convite à reflexão. Isto enquanto Oliveira nos presenteia com o seu libelo acusatório: um Portugal de fracassos, como que para espevitar consciências e obrigar a meditar sobre o Mundo lá fora: aquele em que vivemos e apenas está fora do filme de forma aparente, já que todas as personagens, certamente, poderiam ser uma emanação dessa realidade externa.
2 Comments:
A árvore: as raízes, o passado, a história.
O travelling: o olhar analítico sobre esta história.
sim a historia mas ha melhor
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