sexta-feira, março 14

A afirmação absoluta

Expliquem-me isto, se fazem favor, como se eu tivesse 5 anos, fazendo, se necessário, um desenho/quadro justificativo. É que fazer afirmações de teor absoluto sem curar, sequer, de tentar justificar o porquê e, a final, escudar-se na subjectividade parece, manifestamente uma fuga em frente. Não tanto por se tratar de marcos, mas porque atitudes deste calibre, mais do que fomentar o diálogo salutar, são propensas a fomentar a agressão verbal (coisa que, obviamente, se desaconselha).
É óbvio que um dado filme nos toca mais do que outros. Tal facto deve-se, sobretudo, às próprias vivências pessoais do espectador e ao momento em que a obra é vista. Acontece que, fazendo uso de um mínimo de racionalidade, conseguimos topar se um filme é fundamental, perdão, diferente (para o bem e para o mal). Acontece, ainda, que cada um dos filmes elencados serviu de dínamo/propulsor para muitas grandes obras. Ver Cinema é educar o olhar, alimentar a curiosidade e, simultaneamente, fazer o curioso (inevitável) exercício de comparar A a B ou o plano de X que é recriado em Z.
Não me levem a mal, que isto não é por se ir "contra a história", mas sim pelo mero falar por falar. O que se aprecia é o debate de ideias e não tanto a afirmação seca. No caso do Bresson, acho, salvo o devido respeito, que é mesmo uma falta de decoro total: Au hasard Balthasar é uma lição constante do uso da elipse.

9 Comments:

Blogger Pedro Ludgero said...

Para mim, ainda é mais chocante o caso de "L'Atalante", que é um dos filmes mais adultos que já vi__

10:39 da tarde  
Blogger Flávio said...

É um post prodigioso pela sua erudição e complexidade, é normal que vocês não o compreendam, mas agora também não tenho tempo para explicar.

11:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É um post tão simplista e cândido que daá vontade de sorrir. Julgar o valor dos filmes em pressupostos como "o que vale para mim" ou o valor "histórico" ou falar em valor "absoluto", não são mais do que formas refinadas de simples "Bitaites".
Em termos simple: O valor de uma obra de arte, seja um filme ou uma pintura,depende essencialmente da utilização criativa da forma e do conteudo, e dos diversos niveis de leitura que essa utilização permite ao espectador.
De qualquer modo dizer que o filme do Bresson é sobrevalorizado, não é uma provocação, é apenas um disparate.

12:49 da tarde  
Blogger José Oliveira said...

são um bando de palhaços armados em intelectuais!

9:53 da tarde  
Blogger Ursdens said...

http://projectordosotao.blogspot.com/2008/03/quest-ce-que-le-cinema.html

Cumprimentos cinéfilos!

7:21 da tarde  
Blogger Sam said...

Opiniões são opiniões.

É por isso que a cinefilia não é uma ciência exacta.

Como explicar aqueles nossos pequenos "guilty pleasures" que são filmes claramente maus mas que nos cativam tanto?

Cumprimentos cinéfilos.

12:32 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Um disparate absoluto, como já fiz questão de comentar no referido blog (embora com dúvidas que o publiquem). Pela enorme quantidade de alarvidades que tenho lido e ouvido últimamente, o bom gosto cinéfilo português é uma espécie em vias de extinção.

1:02 da manhã  
Blogger DoxDoxDox said...

Este post, com o devido respeito, não qualquer nexo.

VER UM FILME É:

((surpreenda-se))
((tambores a rufar))
((expectativa ao auge))
((suspense no máximo))
((tcharammm:))

VER UM FILME.


A relatividade está em tudo. Nada é absoluto.
Viva o Einstein.

--> PS: Sam, a cinefilia não é sequer uma ciência. Mas pronto, também isso é discutível.
Ahahaha.

10:13 da tarde  
Blogger Sam said...

Sabrina, pois não é (embora o cinema, na sua vertente técnica, não deixe de possuir um certo aspecto "científico").

Agora, opinar/criticar/dissertar sobre um filme (ou seja, cinefilia)nunca será uma "actividade" que respeite padrões pré-estabelecidos de qualquer espécie. Um filme é sempre um alvo de discussão.

Cumprimentos.

5:16 da tarde  

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