Uma questão de joelho
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É essa depuração que em flagrante contraste com a riqueza dos diálogos que compõe a beleza e a, passe a expressão, da superioridade do seu Cinema: partindo sempre de uma questão moral - ou não fosse este o quinto capítulo dos Contos Morais - Rohmer apresenta-nos personagens paradoxais: desde o adulto que não consegue largar a sua faceta infantil, passando pela adolescente de têmpera curtida e feitio inquisidor, vemos dilucidados os caminhos do amor e, sobretudo, da atracção, simbolizada num joelho.
Num ambiente que, por vezes, lembra quadros impressionistas (tal é a magnificência da iluminação), o espectador vê-se num mundo diáfano, apenas cortado pelas pulsões de desejo, que contribuem assim para não abandonarmos a realidade e, muito menos, as questões de moral e as sempre recorrentes dúvidas existenciais. Fica, pois, o retrato de alguém que procura (desesperadamente) ver, sentir e combater a sua ignorância relativamente ao seu semelhante.
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