Laughton: Intimações de morte
"Quando era uma criança, e pensava como uma criança, e falava como uma criança, Jane Frost apaixonou-se pelo caçador do filme de Charles Laughton.(...)
Ana Teresa Pereira, Intimações de morte, Relógio d'Água, 2002, p. 11
Naquele entardecer, muito tempo depois,, sentada nos degraus do alpendre, os pés descalços muito frios, os braços enlaçando as pernas, começou a cantar baixinho leaning, leaning, esperando ainda ouvir o seu canto ao longe, porque tinha a certeza de que ele se escondera nos arredores, vigiando a casa, e que voltaria de um momento para o outro, talvez para matá-la, talvez para pegar-lhe ao colo e levá-la para a cama, e fazerem amor, e era isso o que mais desejava, mesmo que dias depois a encontrassem no fundo do rio, com o cabelo ruivo espalhado na água como ervas dos prados."
Ana Teresa Pereira, Intimações de morte, Relógio d'Água, 2002, p. 11
2 Comments:
Eu diria que o Mitchum tinha qualquer coisa que era profundamente sedutora mas ao mesmo tempo profundamente ameaçadora. Talvez tenha sido com o filme de Laughton que descobri isso, mas tenho vindo a confirmar com outras obras, mesmo menores. Mas a passagem que transcreves é-me familiar, mesmo sem nunca ter lido esse livro da Ana Teresa Pereira...
apesar das múltiplas e constantes referências que a A.T. Pereira faz a filmes e músicas nunca tinha associado a Laughton, acho q vou reler o livro ....
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