quinta-feira, agosto 2

Envelhecer

"Aqui estamos mais uma vez sozinhos. Tudo isto é tão lento, tão pesado. Tão triste. Dentro de pouco tempo estarei velho: tudo então se acabará. Tanta gente que passou aqui por este quarto. Disseram-me coisas. Não me disseram grande coisa. Foram-se embora. Envelheceram. Tornaram-se lentos e miseráveis, cada qual no seu recanto da terra"
Numa semana dominada pelo vazio, é mais do que justo salientar a aridez provocada pela ausência física da persona João de Deus, o iconoclasta provocador, dono de uma obra singularíssima pautada pela ironia, cinismo e poesia. Basta ouvirmos as primeiras palavras das Recordações da Casa Amarela para comprovar a sua insubstituibilidade.

8 Comments:

Blogger Capitão Napalm said...

Fabuloso esse monólogo. Até parece que já o estou a ouvir, com o burburinho do rio ao fundo e a Sé à vista. Extraodinário.

1:39 da manhã  
Blogger Cataclismo Cerebral said...

Nem sempre um autor valorizado, mas que deixa saudades no nosso panorama cinematográfico...

4:13 da tarde  
Blogger Hugo said...

Exacto. Brilhante, belo. E com muitas saudades deixadas...

9:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

a genialidade do joão é genialidade de uma obra que pensa e faz pensar - eterna

morrer
só dói
ao
amador

9:42 da manhã  
Blogger Luís A. said...

verdadeiramente inesuécivel e poético. Recordações é o filme maior da carreira de monteiro

12:30 da tarde  
Blogger Flávio said...

Um cineasta excepcional, muito mal tratado pelos medíocres da nossa terra. Sou um fã do senhor, sobretudo do Vai e Vem, da trilogia João de Deus e da sua encantadora Branca de Neve.

9:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

pseudos, pseudos...

12:22 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

www.joaocesarmonteiro.net

Primeiro website oficial

5:53 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home