Os duros não dançam
Lendo Os duros não dançam, de Norman Mailer, dei por mim a ser invadido por um omnipresente Sam Fuller. Não era para menos: a prosa acutilante e directa de Mailer, associada a algumas das explosões de violência do protagonista, faziam ecoar o estilo Fuller: simplista, violento, com linguagem dura e processos (aparentemente) simples. Como isto anda tudo ligado, ao rever The Big Red One, de Fuller lembrei-me, instintivamente, do estado de espírito e de algumas das peripécias das personagens de Os nus e os mortos, de Mailer*: impera o espírito de grupo, o desprezo para os que estão fora dele e, acima de tudo, a rudeza de carácter, expressa na violência do gesto e na rispidez da linguagem.
* Com as devidas distâncias entre os Universos de ambos os autores, claro está. Como exemplo, note-se o facto de o romance de Mailer ser a reminiscência das experiências vividas na II Guerra Mundial por Mailer no Japão...
3 Comments:
Norman Mailer é grande (para mim só superado por Henry Miller, ando curiosa por ler o seu último romance, que tem causado tanta polémica, sobre os ancestrias de um jovem Hitler.
Curiosa essa referência ao Henry Miller. Não costuma ser muito apreciado o Sr. (a designação "bestiário obsceno e pornográfico" é comum) :-)
Trópico de Capricórnio - único que li - é grande!
Enviar um comentário
<< Home