domingo, novembro 30

O Excremento


"Then comes the long intestinal progress. The body, the heart of the matter, is full of excrement. Yet that's not where horror resides; that aversion - the repulsion for sgit - was instilled in us from earliest childhood, so the long progress is familiar and repetititve, like our daily progress. I believed, already tired of what seemed simplistic, somewhat childish provocation. So I thought, keeping a safe distance. But, of course, that's exactly what's at stake: the roots of good and evil in the virginsoil we all begin with, that soil made fertile, yes, fertile, by excrement"


Catherine Breillat, cineasta
Perverso? Sim. Horrível? Com certeza. Perturbador? Não haja dúvidas.
Salò é tudo isso, mas, também, uma obra-prima, capaz de metaforizar na perfeição a pós-modernidade, aquela sociedade onde tudo tem um valor venal. Não só o conhecimento como bradava Lyotard, mas, literalmente, tudo. O corpo, inclusivé. Daí que Salò, essa metáfora sádica, tenha de ser vista antes de cair o chorrilho de críticas. Afinal, Pasolini, o cineasta não-cineasta consegue aqui alcançar a perfeição da sua estética: total depuração, enquadramentos que fazem lembrar pinturas renascentistas. Tudo é uma quadro grotesco onde a câmara - e, consequentemente, o espectador - é colocada a uma distância segura, neutra. O objectivo confesso, esse, é perturbar. Fazendo-o, consegue o objectivo. Descreve o Mundo tal como ele é e lembra que o poder, desregrado, gera anarquia.

6 Comments:

Blogger C. said...

Whatever :) Vi uma vez e está visto...

8:41 da tarde  
Blogger toninho said...

Lol. Sim, mais do que uma vez já é sadismo. Ops. É uma obra-prima absoluta.

11:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vi uma vez. Jurei para nunca mais.

8:05 da tarde  
Blogger Ursdens said...

Não sei se o que fazes é comparar a Breillat ao Pasolini...

De qualquer forma, o Pasolini não quer só perturbar... Penso que a perturbação é a cominação da intencionalidade crítica do autor relativamente ao espectador...

Mais que tudo, penso, Salo é uma crítica assumida ao fascismo...

Quanto à Breillat, não me parece que a obra dela tenha cariz político...

É a tal coisa, falar do cinema do Pasolini é falar de um cinema de outros tempos e de cineastas de outros tempos... Tempos em que as ideologias ainda faziam sentido...

Cumprimentos cinéfilos!

3:13 da tarde  
Blogger Joana Amoêdo said...

Bom, vi uma vez às escondidas dos meus pais e não quis vez mais do que 10 minutos. Depois mais tarde vi todo até ao fim, com partes em que carreguei no fast forward sem remorsos. Alguém tinha de fazer um filme assim, é certo.

8:51 da tarde  
Blogger F. Matos said...

estou apenas de passagem, mas apetece-me recordar JCM:
- quer que lhe guarde a caquinha, Sr João.
-não, tudo que é demais cheira mal joaninha.

quando vi isto lembrei-me de pasolini.

Parabens pelo blog.

7:48 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home