domingo, maio 25

In one word: emotion

Reaccionário, fascista, racista...o rol de epítetos contra Sam Fuller não acaba e, certamente, deve-se - este não é um caso virgem - à ignorância, à falta de conhecimento, à incapacidade de ver ou, pior, não querer ver. Bastaria o magnífico Pick-up on South Street para provar como tudo isso está errado: esqueçam os comunistas, a guerra fria e todo a realidade histórica que baliza o filme.
Em Pick-up on South Street o que conta é algo muito diferente: é a (falsa?) redenção de um pequeno criminoso, a ética de um submundo de pobres diabos, a sua lealdade. Fuller condensa toda a emoção na sua câmara: seja nos grandes planos de Widmark e Peters, seja no bailado visual que acompanha o espancamento de Peters ou uma luta no nos túneis do metro. Só isso conta. No fim, acendem-se as luzes, e, por momentos, acreditamos que temos direito à redenção, que a vida, apesar das agruras, é bela e que, ao virar da esquina, estará alguém pronto a salvar-nos. Lírico e...violento? Claro que sim. Tal como o quotidiano que nos envolve.
E até dá vontade de citar o outro carteirista, o de Pickpocket: drôle de chemin.

1 Comments:

Blogger José Oliveira said...

Foi, há alguns anos, o meu primeiro Fuller, e isto não se esqueçe.

E sim, não me ficou na memória a "politica" mas sim o humano, o lírico no realista, todas estas coisas que engrandecem o cinema do Magnifico Fuller.

11:08 da manhã  

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