sexta-feira, janeiro 12

Bálsamo


Ver (ou rever) La meglio giuventù, de Marco Tullio Giordana, equivale a embarcar numa viagem de perto de 6 horas onde somos convidados a ser testemunhas da vida dos irmãos Nicola e Matteo. Equivale a ver a beleza da vida: amor, paixão, ideais, morte... Tudo se encontra num círculo perfeito onde cada episódio nos abre um novo capítulo que desenvolve ou encerra o que o precede. La meglio giuventù (título certamente inspirado em título homónimo de uma colectânea de poemas de Pier Paolo Pasolini*), transporta-nos desde os anos 60 até à actualidade, fazendo com que as várias personagens pouco envelheçam (fisicamente) nesse longo hiato temporal. A beleza que delas irradia é tanta que se vê transformada numa auréola de quasi-eternidade. Tal é a sensibilidade e a pujança desta obra, que a expressão La vie c'était l'écran aplica-se-lhe perfeitamente. Porque é precisamente isso que vemos: vida. E fica como máxima o mote de Nicola: na vida tudo é belo.
* Basta lembrar que Giordana é autor do livro e do filme Pier Paolo Pasolini, un delitto italiano.

4 Comments:

Blogger Susana Fonseca said...

A minha lista de 2006.
Até já...
Abraços cinéfilos

1:46 da tarde  
Blogger C. said...

Tenho o filme cá em casa em DVD mas ainda não tive a coragem suficiente para enfrentar as 6 horas, devo admitir...

2:10 da tarde  
Blogger Ursdens said...

O filme é óptimo... Uma saga, das melhores que já vi!

Se juntarmos o "Novecento" do Bertolucci a este filme temos o século vinte italiano de uma ponta à outra. Vale a pena fazer a experiência de cerca de 12 horas... :D

9:45 da tarde  
Blogger Hugo said...

Nem duvides. Adoro 1900 (apesar de, por exemplo, Straub-Huillet o apontarem como um exemplo de Cinema vazio). Mas confesso que prefiro a maior sensibilidade de "la meglio giuventù".

9:49 da tarde  

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